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Quem, hoje em dia, não possui uma página personalizada na internet? O surgimento da World Wide Web, que, em português, significa “Rede de Alcance Mundial”, possibilitou, às pessoas, o acesso ilimitado à informação e à troca de conhecimento, também. A criação das redes sociais, os famosos sites de relacionamento, neste amplo mundo digital, trouxe um gosto diferente à relação tanto entre as pessoas e esta nova forma de se comunicar quanto às relações sociais. Como diz Andrew Keen, em “O culto do amador”, existe um quê de narcisimo nesta relação, onde as pessoas querem se ver na mídia.

Não é rara a opinião existente, entre os brasileiros, de que a internet é o meio mais democrático de comunicação. É possível tanto conhecer lugares e pessoas como baixar músicas, vídeos e até livros. A dimensão desta nova “sociedade midiática” cresce a cada minuto. Através de Blogs, Orkut e agora o Twitter, tornou-se possível a liberdade de publicar o que não é visível para a mídia tradicional.

Andrew Keen, em sua obra, explicitou o visível medo sobre onde toda esta facilidade de obtenções digitais, vamos dizer assim, poderia levar a sociedade. Ele chegou a questionar a comunicação expondo o isolamento das pessoas, frente a uma máquina, “em conexão com o mundo”. Contudo, é questionável a consequencia negativa deste novo conceito livre de mídia quando se trata de reivindicar o que é direito de todo cidadão: respeito.

Esta é a situação de vários movimentos LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) espalhados pelo Brasil. Uma minoria que, unida, faz a força em suas diversas organizações, atividades e passeatas. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, Toni Reis, o site da associação, criado em 2000, é a forma mais eficiente de divulgação da missão deles. “Nós queremos promover a cidadania e defender os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero”, explica Reis. A sede da ABGLT é em Curitiba (PA) e o site deles é afiliado a 237 instituições e contribui bastante para pesquisas na área. “A mídia digital é fundamental e barata”, diz o presidente da ABGLT.

Pernambuco é, também, sede de diversas organizações que se utilizam da mídia digital como uma das principais formas de divulgação de seus ideais e atividades. O Movimento gay Leões do Norte é um dos grupos mais representativos no estado. Eles possuem um site que é atualizado mensalmente e que contribui bastante para o ingresso de pessoas ao movimento. “Nós sentimos necessidade de trabalhar com uma mídia digital a partir do momento em que percebemos a demanda da procura dos homossexuais em relação a não só denunciar casos de homofobia, violência, mas também de ter alguém para conversar, para orientar. Nós também, queríamos disponibilizar textos para profissionais e professores”, diz Luciano Freitas, vice-presidente do Leões do Norte.

Site: Leões do Norte

O grupo vê a utilização de uma mídia digital como forma de militância e um forte meio de informação e contato com as pessoas ligadas ao movimento. Para eles é difícil encontrar, na mídia tradicional, uma cobertura séria a respeito do Movimento LGBT. “Se você se utiliza de um meio de comunicação para atingir as pessoas você não pode discriminar. E uma das coisas que me deixa bastante inquieto é a maneira como se pensa o humor na mídia. Às vezes, discriminar pessoas através de uma brincadeira é considerado apenas um comentário humorado e não um crime ou preconceito”, afirma Freitas.

Algumas instituições não-governamentais que realizam trabalhos com as minorias, como o Instituto PAPAI, no Recife, lidam com a mídia digital como uma forma de esclarecimento às questões levantadas por suas ações. O Instituto lida com jovens em situação de pobreza, estudos e pesquisas sobre masculinidades. Thiago Rocha, Coordenador do Projeto de Diversidade Sexual como direito do Instituto PAPAI, alerta para a utilização correta da nomenclatura no tratamento com o tema da homossexualidade. “Parada gay, por exemplo, é mais fácil do que Parada da Diversidade Sexual. A palavra é menor para colocar no jornal ou para ser falada. No entanto, nós trabalhamos com LGBT que é a denominação adequada para se falar no assunto”, explica Rocha. Através do site, o Intituto PAPAI se utiliza de divulgação de informações que servem para pesquisas e o retorno é positivo através dos comentários de internautas. “Se não estivermos na mídia digital, não estamos em lugar nenhum”, diz o coordenador.

Por: Clara Albuquerque/ Crisluce Sobral/ Sthèphanie Melo